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Dinheiro resolve tudo?Ou estamos lidando com algo mais profundo?

  • Foto do escritor: Fernanda Souza
    Fernanda Souza
  • há 12 minutos
  • 3 min de leitura

Vivemos em um tempo em que o dinheiro é visto quase como "solução universal". Acreditamos que, se tivermos mais, finalmente vamos nos sentir seguros, em paz, completos. É verdade que o dinheiro tem seu papel: ele garante escolhas, sustenta sonhos, protege contra imprevistos. Mas, na prática clínica e na experiência de vida, vemos algo importante — muitas vezes, o problema não está na falta de dinheiro, mas na forma como nos relacionamos com ele.





Você já se perguntou por que, mesmo ganhando bem, ainda sente ansiedade, tensão ou insatisfação? Ou por que, mesmo acumulando, sente que nunca é o bastante? Esses sentimentos geralmente não têm a ver com valores financeiros, mas com histórias internas — muitas vezes inconscientes — que moldam nossa maneira de lidar com o dinheiro.


Padrões financeiros inconscientes: o que está por trás?


Nossa relação com o dinheiro é formada desde cedo. Escutamos frases, observamos comportamentos, aprendemos medos e crenças — tudo isso sem perceber. Com o tempo, esses registros se transformam em padrões automáticos que influenciam como ganhamos, gastamos, guardamos ou evitamos o dinheiro.

Na clínica, é comum observar algumas dinâmicas recorrentes, especialmente entre os homens. Veja alguns exemplos:


1. Nunca é suficiente para se sentir seguro

Mesmo com estabilidade financeira, muitos homens vivem com a sensação de que tudo pode acabar a qualquer momento. A segurança nunca é sentida de verdade, pois está menos relacionada ao valor acumulado e mais a uma ansiedade interna constante.


2. O valor pessoal está totalmente atrelado ao trabalho

O trabalho e o sucesso financeiro se tornam a base da identidade. Quando estão produzindo, sentem-se úteis e respeitados. Quando não estão, sentem culpa, medo de fracasso ou uma sensação de vazio. Isso pode levar à sobrecarga, à exaustão e à dificuldade de simplesmente desfrutar a vida.


3. Dificuldade de usufruir o que foi conquistado

Alguns conseguem conquistar muito, mas pouco aproveitam. Há sempre um novo objetivo, um novo risco a evitar. Guardam, investem, mas sentem culpa ao gastar com prazer — como se não merecessem ou não pudessem relaxar.


4. Uso do dinheiro para compensar carências emocionais

Gastar pode ser uma forma de lidar com o estresse, a frustração ou a solidão. Presentear-se, comprar coisas, bancar experiências — tudo isso pode servir de alívio temporário. Mas logo vem a culpa, a insatisfação ou o medo do descontrole.


Por que olhar para isso é tão importante?

Dinheiro não é neutro. Ele carrega significados emocionais profundos: proteção, poder, valor pessoal, autonomia, reconhecimento. Quando esses significados não são conscientes, acabamos vivendo conflitos que se repetem — mesmo quando a situação financeira é aparentemente boa.


Essas estratégias, como poupar, ganhar mais ou controlar os gastos, ajudam até certo ponto. Mas entender por que você sente o que sente em relação ao dinheiro pode abrir um caminho mais livre, equilibrado e saudável.


O dinheiro é importante, mas ele não resolve tudo.


Ele pode melhorar sua qualidade de vida, sim. Mas se há um vazio, uma ansiedade constante ou um sentimento de que nunca é suficiente, talvez o que esteja faltando não

seja na conta bancária — e sim, no olhar para dentro.


Se você sente que sua relação com o dinheiro é carregada de tensão, cobrança ou culpa, a psicoterapia pode ser um espaço seguro para explorar essas questões com profundidade. Compreender seus padrões, suas histórias e os significados que o dinheiro tem para você pode transformar não só sua vida financeira, mas sua forma de viver, se relacionar e se reconhecer.



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