Celular, ansiedade e impaciência: como retomar o controle
- Fernanda Souza
- há 3 dias
- 2 min de leitura

Você já percebeu como estamos cada vez mais impacientes? Basta um segundo de tédio para pegarmos o celular — quase no automático — e rolarmos a tela em busca de algo que, muitas vezes, nem sabemos o que é.
Muitas vezes estamos vivendo um momento em que estar presente pode ser desconfortável. Silêncios, pausas e momentos sem estímulo são mais difíceis de suportar quando há grandes dilemas internos. É nesse cenário que o celular se torna uma fuga fácil — uma forma de se afastar do agora. Mas o uso excessivo da tecnologia, especialmente das redes sociais, tem um custo emocional que nem sempre percebemos de imediato.
Usar a tecnologia como constante modo de fuga do presente pode potencializar a ansiedade, a irritabilidade e a dificuldade de concentração. A mente fica agitada, e o tempo parece sempre curto. Tudo vira urgente. E aos poucos, diminuímos a capacidade de estar presentes.
Se isso tem acontecido com você, aqui vão algumas estratégias práticas para ajudar a diminuir o uso do celular e criar mais espaço para o silêncio, o foco e o descanso.
1. Configure limites de uso nos aplicativos
Nos sistemas Android e iOS, é possível definir um tempo máximo diário para cada aplicativo. Depois desse tempo, o app é bloqueado automaticamente — o que ajuda a interromper o uso compulsivo.
2. Bloqueie notificações
Notificações constantes nos mantêm em alerta o tempo todo. Desative especialmente as de redes sociais, que são desenhadas para chamar sua atenção com frequência. Isso ajuda a reduzir interrupções e melhora a qualidade do foco e da presença.
3. Afaste-se do celular em momentos específicos
Durante refeições, trabalho, estudos ou conversas importantes, mantenha o celular fora do alcance. Deixá-lo em outro cômodo ou em modo avião pode parecer simples, mas faz diferença. Esses momentos sem tela ajudam a restaurar sua capacidade de atenção.
4. Mude os aplicativos de lugar
Trocar os ícones de lugar, colocá-los dentro de pastas ou retirá-los da tela inicial quebra o “piloto automático”. Quando o acesso exige mais etapas, a impulsividade diminui.
5. Use aplicativos de monitoramento
Tanto o Android quanto o iOS oferecem relatórios sobre o tempo de uso de cada app. Esses dados são uma boa forma de tomar consciência dos seus hábitos e fazer ajustes.
6. Experimente desinstalar o app de rede social mais usado por 30 dias
Essa é uma medida mais intensa, mas muito reveladora.Desinstale, por um mês, o aplicativo de rede social que você mais acessa.Observe como você se sente sem ele: como muda sua rotina, seu humor, seu sono, sua produtividade.
Muitos pacientes relatam que, após esse período, passaram a usar o celular de forma mais consciente, retomaram atividades que haviam deixado de lado e se sentiram menos ansiosos.
Menos tela, mais presença
Essas estratégias são um bom ponto de partida para lidar com o uso excessivo do celular. Mas também é importante olhar mais profundamente: por que temos recorrido tanto ao celular para escapar do presente? O que estamos tentando evitar ou silenciar?
O processo psicoterapêutico pode ajudar a compreender esses padrões com mais profundidade. Explorar o que está por trás do hábito pode abrir caminhos para mudanças mais duradouras — e mais conectadas com quem você.